MAPA LÍNGUA PORTUGUESA IIO predicativo do suje
MAPA LÍNGUA PORTUGUESA II
O predicativo do sujeito, conforme Ferreira (2011), é um termo da oração que exprime uma característica ou estado do sujeito, atribuída por meio de um verbo de ligação. Para Bechara (2009), esse termo sintático deve ser nomeado como complemento predicativo, tendo em vista que, pelo aspecto semântico, ele complementa o verbo de ligação (o qual, segundo o autor, tem “vaga semelhança à realidade comunicativa” e marca traços essenciais do sujeito (p. 425). Em outras palavras, conforme o autor, assim como os verbos transitivos, os de ligação não tem sentido completo; desse modo, o predicativo funcionaria como um complemento a ele e, ao mesmo tempo, atribuiria uma valoração ao sujeito.
Nesse sentido, imagine que você, professor de Língua Portuguesa, decidiu trabalhar com seus alunos do nono ano do ensino fundamental II, esse termo com base neste aspecto mais amplo. Para isso, escolheu a canção Reconvexo, a seguir, a qual apresentará aos estudantes e incentivará, sobretudo, a análise sintático-semântica dos predicativos, sem descartar os demais termos que se relacionam com ele.
Reconvexo (Maria Bethânia)
Eu sou a chuva que lança a areia do Saara
sobre os automóveis de Roma.
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
água e folha da Amazônia.
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra.
Você não me pega, você nem chega a me ver.
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
e que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não.
Eu sou o preto norte-americano forte
com um brinco de ouro na orelha.
Eu sou a flor da primeira música a mais velha
mais nova espada e seu corte.
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya.
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar.
Não tenho escolha, careta, vou descartar.
Quem não rezou a novena de Dona Canô.
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor.
Quem não amou a elegância sutil de Bobô.
Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo.
[...]
Compositor: Caetano Emmanuel Veloso
Disponível em: https://www.letras.mus.br/maria-bethania/47242/. Acesso em: 28 jan. 2022.
A fim de se preparar para a suposta aula, faça um estudo desse elemento, registre-o, por meio de um texto interpretativo, em até 30 linhas, considerando a letra da música e os seguintes pontos:
a. Qual(is) predicativo(s) aparecem no texto?
b. Qual(is) sujeito(s) (termo sintático) ele(s) predica?
c. Considere que, na canção, há um “eu-lírico”, ou seja, aquele que “fala” ou se expressa por meio da letra. Nesse sentido, explique: o que esse eu-lírico destaca nas orações acerca de si?
d. De que forma o(s) predicativo(s) colaboram à construção de sentidos, tendo em vista essa intenção do eu-lírico?
e. É possível afirmar que a teoria de Bechara (2009) faz sentido neste caso? Por quê?
O predicativo do sujeito, conforme Ferreira (2011), é um termo da oração que exprime uma característica ou estado do sujeito, atribuída por meio de um verbo de ligação. Para Bechara (2009), esse termo sintático deve ser nomeado como complemento predicativo, tendo em vista que, pelo aspecto semântico, ele complementa o verbo de ligação (o qual, segundo o autor, tem “vaga semelhança à realidade comunicativa” e marca traços essenciais do sujeito (p. 425). Em outras palavras, conforme o autor, assim como os verbos transitivos, os de ligação não tem sentido completo; desse modo, o predicativo funcionaria como um complemento a ele e, ao mesmo tempo, atribuiria uma valoração ao sujeito.
Nesse sentido, imagine que você, professor de Língua Portuguesa, decidiu trabalhar com seus alunos do nono ano do ensino fundamental II, esse termo com base neste aspecto mais amplo. Para isso, escolheu a canção Reconvexo, a seguir, a qual apresentará aos estudantes e incentivará, sobretudo, a análise sintático-semântica dos predicativos, sem descartar os demais termos que se relacionam com ele.
Reconvexo (Maria Bethânia)
Eu sou a chuva que lança a areia do Saara
sobre os automóveis de Roma.
Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara
água e folha da Amazônia.
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra.
Você não me pega, você nem chega a me ver.
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
e que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não, e nem disse que não.
Eu sou o preto norte-americano forte
com um brinco de ouro na orelha.
Eu sou a flor da primeira música a mais velha
mais nova espada e seu corte.
Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya.
Seu olho me olha, mas não me pode alcançar.
Não tenho escolha, careta, vou descartar.
Quem não rezou a novena de Dona Canô.
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor.
Quem não amou a elegância sutil de Bobô.
Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo.
[...]
Compositor: Caetano Emmanuel Veloso
Disponível em: https://www.letras.mus.br/maria-bethania/47242/. Acesso em: 28 jan. 2022.
A fim de se preparar para a suposta aula, faça um estudo desse elemento, registre-o, por meio de um texto interpretativo, em até 30 linhas, considerando a letra da música e os seguintes pontos:
a. Qual(is) predicativo(s) aparecem no texto?
b. Qual(is) sujeito(s) (termo sintático) ele(s) predica?
c. Considere que, na canção, há um “eu-lírico”, ou seja, aquele que “fala” ou se expressa por meio da letra. Nesse sentido, explique: o que esse eu-lírico destaca nas orações acerca de si?
d. De que forma o(s) predicativo(s) colaboram à construção de sentidos, tendo em vista essa intenção do eu-lírico?
e. É possível afirmar que a teoria de Bechara (2009) faz sentido neste caso? Por quê?
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